Wey Alves/Especial Metrópoles Alvo de críticas após sugerir que bolsonaristas deveriam ir para a “vala”, o governador da Bahia, o petista Jerônimo Rodrigues, pediu desculpas pela fala nesta segunda-feira (5/5) durante agenda em Salvador.
Aliado do presidente Lula, o governador alegou que sua fala teria sido descontextualizada e que seu objetivo seria apenas fazer uma comparação entre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e o atual governo.
“O contexto da minha fala foi o momento em que eu avaliava a comparação entre o governo anterior e o do presidente Lula. No sábado (3/5), quando eu estava em Brejões (BA), recebi uma ligação do presidente Lula perguntando: ‘e as chuvas, governador Jerônimo? Precisa de ajuda?’. Eu comecei a fazer a comparação, entendendo que é muito diferente ser governador com um presidente como o Lula. Estava contextualizando como é difícil ter um presidente que fechou as portas e ficava sorrindo, imitando as pessoas em situação de falta de ar”, declarou Jerônimo.
Na sequência, o governador baiano reconheceu que sua fala foi “infeliz”. O petissta afirmou que jamais desejaria a morte de algum membro da oposição
“Reconheço que foi um termo infeliz, foi um termo ali do calor da fala. O termo “vala” não foi combinou. Já pedi desculpas por isso. É natural que quem faz política tenha coragem e a ombridade para entender (…) Eu sou um homem de igreja, tenho fé em Deus. Jamais eu faria comparação do termo “vala” com a morte”, disse o governador.
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A declaração e a reação de Bolsonaro
Como a coluna mostrou, Bolsonaro reagiu a fala do governador nas redes sociais. O ex-presidente disse acreditar que, apesar do “discurso carregado de ódio”, Jerônimo não será punido por instituições como o STF.
“Um discurso carregado de ódio, que em qualquer cenário civilizado deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes. Mas nada aconteceu. Não houve abertura de inquérito, nem busca e apreensão, tampouco convocação da Polícia Federal para apurar incitação à violência. Nenhuma nota de repúdio do STF, nenhuma indignação de ministros que se dizem interessados no assunto, nenhuma capa de jornal tratando o caso como ‘ameaça à democracia’”, disse o ex-presidente.
A fala do governador petista foi feita em discurso durante a entrega de uma escola pública na cidade de América Dourada (BA), na sexta-feira (2/5).
“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo pra vala”, disse Jerônimo durante agenda.